quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Lançamento de “Novo Aeon: Raul Seixas no torvelinho de seu tempo”, de Vitor Cei

Hoje, no aniversário de 50 anos do Ato Institucional nº 5, decretado em 13 de dezembro de 1968, a Editora Mondrongo anuncia o lançamento da segunda edição de obra que discute o legado de Raul Seixas. Novo Aeon: Raul Seixas no torvelinho de seu tempo, de Vitor Cei, doutor em Estudos Literários, tradutor de Aleister Crowley e professor de literatura e filosofia na Universidade Federal de Rondônia, que avalia de que forma o compositor baiano se apropria da doutrina do mago inglês para representar, de modo poético e utópico, o anseio pela superação do autoritarismo da ditadura militar. Seria possível para o brasileiro hoje imaginar uma Sociedade Alternativa?
Ilustração da capa: Gabriel Ferreira

O torvelinho do tempo de Raul Seixas se assemelha ao nosso. As manifestações pela redemocratização e as jornadas de junho se revelaram igualmente frustrantes. Se é verdade que de lá para cá foram eliminados certos aspectos arcaicos da sociedade brasileira, também é verdade que foram poucos, e nenhum governo ou movimento popular foi o vetor de qualquer transformação que pudesse confirmar as esperanças que alimentavam seus apoiadores. Quando se associa essa frustração à mentalidade autoritária que recorrentemente domina o brasileiro, podemos perceber que o presente não se modificará sem que algo se modifique na própria estrutura das relações sociais. Diante do sucesso do que há de pior no país, Raul Seixas nos oferece um caminho a trilhar.

Wilberth Salgueiro, professor titular da Universidade Federal do Espírito Santo e autor de posfácio do livro, afirma que “este estudo de Vitor vem em boa hora: muito além da celebração, é um convite à cerebração. Em síntese, este livro aciona em nós os prazeres de pensar música e história – ao som, alto e bom som, de Raul Seixas”.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A Mondrongo em Paraty


Eventos como a Flip, muito embora sejam realizados com recursos oriundos de renúncia fiscal dos governos estaduais e federal, praticam a cartelização vertical da venda de livros elegendo uma única empresa como a sua “livraria oficial”, algo que precisa ser revisto, como aconteceu aqui na Bahia, na Flipelô e na Flica. Tal atuação levou a nós, pequenos editores brasileiros, sob a batuta de Eduardo Lacerda, por meio de um coletivo, criar a Casa do Desejo, com programação paralela a oficial, com lançamentos, debates, oficinas e comercialização de livros das editoras participantes que estão, de fato, fora do eixo das grandes redes livreiras. É desse modo, correndo os riscos necessários, que estaremos em Paraty de 25 a 29 de julho. Visitem-nos!

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Lançamento dos livros "Aventureiros do Apocalipse", de Carlos Ribeiro, e "Arcos de Sentidos", de Heloísa Prazeres, dia 30 de junho, em Salvador


Na tarde do dia 30 de junho, sábado, a Editora Mondrongo promove o lançamento de dois novos livros em Salvador, um de contos, do jornalista e ficcionista Carlos Ribeiro, outro de ensaios e traduções, da acadêmica e poeta Heloísa Prazeres. 
O evento acontecerá no badalado bairro do Rio Vermelho, na Confraria do França (Rua Lydio de Mesquita), a partir das 15h30min.

Sobre os livros e autores:

Aventureiros do Apocalipse, de Carlos Ribeiro, autor de dezesseis livros nas áreas de ficção e também de reportagens, ensaios e resenhas literárias, incluindo três estudos sobre a obra do cronista Rubem Braga, é um livro de contos e em que a matéria central é o desajuste do ser humano no mundo contemporâneo, marcado por desencontros e pela violência". Dos nove contos que fazem parte deste volume, cinco foram publicados em antologias nacionais, a exemplo de “O segredo”, inserido em Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea, organizada por Rinaldo de Fernandes; “Imagens urbanas”, em Geração 90: manuscritos de computador, organizada por Nelson de Oliveira; “O fugitivo dos sonhos”, na revista de ficção científica Portal Solaris; “Traços cenográficos de Lalino Salãthiel, em Quartas histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa e “Minha boa senhora”, em Capitu mandou flores: contos para Machado de Assis nos cem anos de sua morte. Os dois últimos dialogando com os contos “Traços biográficos de Lalino Salãthiel”, de Rosa, e “O enfermeiro”, de Machado. Os demais, inéditos, foram escritos ao longo dos últimos vinte e cinco anos. O livro conta, ainda, com o prefácio de Antônio Torres, para quem os nove contos reunidos em “Aventureiros do Apocalipse” confirmam as suas qualidades de contista, que alguns críticos argutos, e bem atentos, têm destacado ao longo de sua carreira.

Em Arcos de Sentidos, literatura, tradução e memória cultural, a autora Heloísa Prazeres, que foi professora adjunto do Instituto de Letras da UFBA e é doutora pela Universidade de Cinccinaty (EUA), pontua a sua trajetória intelectual, referindo a própria experiência acadêmica. Dá ênfase a obras de criação literária – poesia e ficção narrativa – de cultores do realismo e modernismos português e norte-americano, presentes também autores brasileiros, escritores oriundos da América Latina, de formação hispânica, e da América do Norte, alguma prática de tradução literária, ensaios, recensões críticas e prefácios sobre autores contemporâneos. O texto possui interesse didático, uma vez que orientado por um roteiro transversal de leituras crítico-analíticas, às quais se seguem exemplos conexos à área do conhecimento de Letras, como o relato de uma experiência na instância cultural da Bahia. Assim, estão presentes na obra autores como Antero de Quental, Cesário Verde, Eça de Queirós, Graciliano Ramos, Helen Keller, Jorge Amado, Jamison Pedra, Juan Rulfo, Léopold Sédar Senghor, Mário de Sá-Carneiro, Olinda Maria Rodrigues Prata, Stephen Crane, Renato de Oliveira Prata, William Faulkner e William Stafford.

Lançamento de livros
Dia 30 de junho, a partir das 15h30min
Em Salvador
Confraria do França
(Rua Lydio de Mesquita, Rio Vermelho)
Entrada Gratuita
R$ 35,00 (cada)







segunda-feira, 7 de maio de 2018

ANTOLOGIA NACIONAL DA RETRANCA

A editora Mondrongo, através do poeta e editor Gustavo Felicíssimo, está selecionando poemas escritos na forma da RETRANCA, estrutura poética criada pelo poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo. 
A finalidade de tal empreitada é, acima de tudo, mapear a produção de Retrancas pelo país e demonstrar que essa forma fixa, legitimamente brasileira, não perdeu o seu vigor com a morte do seu criador. Mas é também homenagear o poeta pernambucano, uma das vozes mais relevantes da poesia brasileira contemporânea.
O resultado final será publicado em uma antologia nacional da Retranca. E cada poeta selecionado receberá, como contrapartida à sua participação, um exemplar da obra, a ser lançada oficialmente no Recife.
Para efeito de publicação na referida antologia, entende-se a Retranca conforme exposto abaixo:
- esquematizada em quatro estrofes de um só fôlego (apenas com ponto de segmento em seu curso) com a seguinte disposição: 4,2,3,2;
- com oito sílabas métricas por verso,
- as rimas, conforme especificado abaixo, podem ser soantes ou toantes
- no quarteto rimam o segundo e quarto versos; no primeiro dístico há uma rima parelha; no terceto a rima ocorre no primeiro e terceiro versos da estrofe; no dístico final os versos também são rimados.

Como modelo, observe-se o poema abaixo:

CASA VAZIA
Poema nenhum, nunca mais,
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,

para esse público dos ermos
composto apenas de nós mesmos,

uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas
seu deserto particular,

ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.

Os interessados em participar deverão enviar o mínimo de uma Retranca, e no máximo três, com uma minibiografia, sob o título ANTOLOGIA DE RETRANCAS, para o e-mail: contato@mondrongo.com.br, até 30 de maio de 2018.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Leitura e lançamento de "Concisos & Acidentais", de Silvio Valentin Liorbano, na Desvairada


No dia 10 de março (sábado), na programação da Desvairada - Feira de Livros de Poesia, a Mondrongo lançará o livro de haicai “Concisos & Acidentais”, de Silvio Valentin Liorbano. O livro é um dos que inauguram a Série Missangas, em homenagem ao escritor baiano Afrânio Peixoto, considerado o precursor do haicai no Brasil.


Escritor experimentado, com alguns livros publicados, destacadamente no campo da literatura infanto-juvenil, Sílvio Valentin Liorbano vem enriquecer a Série Missangas com o seu belo “Concisos & Acidentais”, de merecida publicação.    
Já o livro, e outros que seguirão na série, marca o início de um labor editorial que visa elevar a Mondrongo como referência nacional para a publicação do haicai no Brasil, como foi outrora o editor Massao Ohno. 

Para adquirir clique AQUI




quinta-feira, 1 de março de 2018

Livro vencedor do Prêmio Matsuo Bashô de Poesia Haicai 2017 será lançado em São Paulo


A Mondrongo lançará em São Paulo, nos dias 9 e 10 de março, durante a Desvairada - Feira de Livros de Poesia, o livro “Aragem”, de Seishin, vencedor do Prêmio Matsuo Bashô de Poesia Haicai 2017, promovido pela própria editora. 

SEISHIN 清心 é o haimei, nome haicaístico, de ANTONIO FABIANO da Silva Santos, carmelita descalço e poeta brasileiro. Sua incursão no haicai se dá a partir do final da década de 1990, quando estudou poética clássica na faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e teve contato com este gênero literário nascido no Japão. Escreveu, naquela época, centenas de tercetos, dos quais apenas doze foram salvos do fogo e publicados em seu livro Nas Pontas dos Pés, em 2015, embora muito distantes da estética tradicionalista posteriormente adotada e seguida pelo autor.
Seishin é discípulo de Teruko Oda no haikai dô, sobrinha e discípula de H. Masuda Goga, discípulo de Nenpuku Sato, discípulo de Kyoshi Takahama, discípulo de Shiki, o último, em ordem temporal, dos quatro grandes mestres de haicai do Japão, ao lado de Issa, Buson e Bashô.

Quando: 9 e 10 de março, em São Paulo
Onde: Desvairada – Feira do Livro de Poesia
Local: Aldeia 445 - Rua Lisboa, 455 | Pinheiros  
Valor: 30,00
ENTRADA GRATUITA

domingo, 13 de agosto de 2017

A DELÍCIA E O DESAFIO DE SER PAI

Gustavo Felicíssimo


Todo pai de primeira viagem descobre rapidamente o quanto seu novo papel é delicioso e desafiante. Delicioso porque voltamos ao mundo da fantasia e sonhamos com mais intensidade; ao mesmo tempo nos tornamos menos vulneráveis às provocações externas. Desafiante porque, com nossas experiências de filho, somos impelidos a superar nossos pais. Somos chamados a transcender nossos limites. É aí, talvez, que reside o motivo maior da paternidade.
Sempre estive literalmente infenso às datas comemorativas, como o Natal, Dia das Crianças, Dia das Mães, e outras. Entretanto, às portas dos meus 40 anos, algo começou a mudar. Num momento em que já não alimentava qualquer aspiração à paternidade, ela me apanhou e me virou pelo avesso. Foi então que percebi o quanto ser pai é um exercício constante de generosidade, abdicação, tolerância, paciência. É, também, viver em estado permanente de transformação interior e alerta.
Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro do filho (no meu caso, das filhas), mas é também lhes oferecer o conforto necessário dos nossos braços para que voltem a dormir. É saber que o filho vai requerer para si todo o tempo disponível que tivermos e o tempo nem tão disponível assim, e mesmo com toda trabalheira seremos completamente loucos por eles. Ser pai é trocar fraldas, limpar cocô, perder noites de sono. É chegar exausto ao final do dia e mesmo assim encontrar mais um pouquinho de energia para dedicar-se ao filho. Mas também é se emocionar com um sorriso, com os primeiros passos, primeiras palavras. Ser pai é comemorar o dentinho que está nascendo e ficar parecendo um tolo quando se ouve o primeiro... papai.
Devido aos apelos midiáticos e publicitários que infestam nosso cotidiano, poderia continuar aceitando que o Dia dos Pais é apenas mais uma data meramente ilustrativa, comercial, cujo ápice supostamente ocorre na oferta dos tradicionais presentes. Mas isso pode ser visto de outra forma.
Recorrendo ao dicionário, encontrei o adjetivo “paterno” como significante de algo que “lembra o amor de pai”. Convenci-me, então, de que a maior gratificação de um pai no Dia dos Pais não é receber um presente ou ter reservado no calendário um dia para ser lembrado mais efusivamente. No Dia dos Pais a maior gratificação de um pai é poder oferecer a seu filho mais um pouco de tempo, carinho e atenção. Eis, para mim, a delícia e o desafio de ser pai.

Em: Carta a Rubem Braga, Crônicas, Mondrongo, 2017

Lançamento previsto para agosto de 2017